São Paulo (RV) – A Pastoral Carcerária Nacional divulgou este domingo sua mensagem por ocasião da Páscoa.
Assinada
pelo Coordenador Nacional, Padre Valdir João Silveira, a mensagem se
dirige aos agentes da Pastoral Carcerária e aos detentos para, juntos,
”tirar as pedras sobre os túmulos que impedem a libertação, a
ressurreição de nossas vidas, para com Cristo e em Cristo surgirmos com o
Sol de um novo dia, a Páscoa”.
Eis a íntegra da mensagem:
A festa da Páscoa Cristã nos remete ao tempo de Moisés, há mais de 4 mil
anos. Moisés foi escolhido por Deus para libertar o povo hebreu da
escravidão no Egito, Para ajudá-lo nesta difícil tarefa: libertar e
ajudar os judeus a retornarem à terra natal, Canaã. O fato se tornou um
marco para o povo israelense e, a partir desse dia, passou a fazer parte
de seu calendário religioso. A Pessach (passagem) celebra a libertação,
uma cerimônia que enaltece o conceito da liberdade humana e o respeito
entre os povos.
Segundo a bíblia, o próprio Jesus Cristo participou
de várias celebrações pascais. Quando tinha 12 anos, foi levado pela
primeira vez pelos seus pais, José e Maria, para comemorar a Páscoa,
tendo participado sempre nos anos seguintes. A mais famosa participação
relatada na bíblia foi a “Última Ceia”, quando Jesus participou da
comunhão do corpo e do sangue, simbolizados pelo pão e pelo vinho.
Para
os cristãos, a Páscoa é também passagem. Tem como figura central Jesus
de Nazaré. Ela celebra a passagem de sua morte para a vida, de sua
paixão para a ressurreição, do velho Adão para novo Adão, desse cansado
mundo para o novo mundo em Deus, de um mundo injusto de sofrimento para
uma sociedade fraterna e solidaria.
Celebrar a Páscoa é reafirmar a
nossa fé na ressurreição de Cristo e na própria ressurreição e de todos
os nossos projetos de justiça.
A Páscoa é a certeza de que a Vida
vence a Morte. A Ressurreição de Jesus Cristo desmascara todos os
mecanismos de violência e injustiça da ação humana e revela a face de um
Deus que não se detém ante o pecado humano, mas usa de misericórdia, da
restauração ao convidá-lo à conversão ao Evangelho da vida plena. A
Páscoa nos diz que Cristo sofreu nossas dores, para que ninguém mais
precisasse ser condenado, preso e sucumbir diante da tortura, da dor e
do sofrimento.
A Páscoa nos convida a ser como Jesus e contribuir com
Ele no propósito de salvar o mundo e promover a vida para todas as
pessoas. A Páscoa nos alerta para o compromisso com a verdade, a justiça
e a misericórdia. Contrariando muitas pessoas que se sentem incomodadas
com a justiça do Evangelho, a Justiça que restaura relações com o
irmão, com Deus e com a esperança. A Páscoa nos exorta a nos preparar
para assumir os riscos do anúncio das Boas-Novas e das denúncias das
injustiças, e tomar a nossa cruz, na confiança da presença de Deus
sempre conosco. Por mais árdua que sejam as lutas diárias, há certeza de
que venceremos com Cristo.
Minha irmã, meu irmão agente de Pastoral
Carcerária, minha irmã e meu irmão preso: juntos, vamos tirar as pedras
sobre os túmulos, que impedem a libertação, a ressurreição de nossas
vidas, para com Cristo e em Cristo surgirmos com o Sol de um novo dia, a
Páscoa.
Padre Valdir João Silveira
Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária
0 comentários:
Postar um comentário